Diferentes conceitos de divindades

Cá estou novamente após muito tempo ausente devido à serviços; após ler a publicação de Quarta-Feira sobre motivos para se ler sobre Religião, decidi complementar o assunto com algo de grande valia para todos nós.
A religião sempre esteve muito ligada ao aspecto intelectual do ser -neste caso, pessoas-. O crente tem idéias bem definidas sobre como a humanidade e o mundo vieram a existir, sobre a divindade e o sentido da vida. Esse é o repertório de idéias da religião, que se expressam por cerimônias religiosas -conhecidos como os ritos- e até mesmo pela arte, mas em primeiro lugar pela linguagem. Tais expressões linguísticas poder ser escrituras sagradas, credos, doutrinas ou mitos.
Ou seja, em um resumo simplificativo, podemos alegar que a religião é escolhida pelo indivíduo pela filosofia de vida e até mesmo sua intelectualidade -ressaltando que não se é mais intelecto que outro apenas pela religião que se pratica-; e além disso, temos um conjunto de cerimônioas -tradicionais-, arte -as músicas, pinturas feitas como representações- e a linguagem -oral ou escrita, como bíblia, torá, etc-.
É interessante definir os mitos de uma forma mais específica; não como uma história a qual se baseia um rito, mas uma história a qual acompanha um rito uniformemente; e o rito com frequência reitera um ato que o mito se baseia.
Assim, o mito religioso tem um significado mais profundo do que a lenda e os contos folcóricos. O mito procura explicar alguma coisa. É uma resposta metafórica para as questões fundamentais: de onde viemos e para onde vamos? Por que estamos vivos e por que morremos? Como foi que a humanidade e o mundo passou a existir? Quais são as forças que controlam o desenvolvimento do mundo?
Muitas vezes, os mitos elucidam algo que aconteceu no princípio dos tempos, quando ainda era jovem. Por exemplo, a maioria das religiões tem seus mitos de criação, que explicam como o mundo surgiu. O objetivo principal deles não é revelar fatos históricos. A essência do mito é oferecer às pessoas uma explicação geral da existência.
Os conceitos religiosos, que também encontram sua expressão em mitos, podem ser divididos, de modo geral, em três tipos: conceitos sobre um deus ou vários deuses, conceitos sobre o mundo e conceitos sobre o homem.
 
Os diversos conceitos de divindade:
É necessário ficar claro que o conceito, quando abordado em religião, se refere exclusivamente as crenças; além de do conceito própriamente dito.
A religião está muito definida como uma prática universal de se exercer a fé; os dogmas, as crenças e a forma de praticá-la é um apêndice da religião; se sou "pagão" e você cristão, ambos somos religiosos, temos religião, apenas nos diferenciamos na crença que ostentamos.
Tais crenças, eu listarei e abordarei rapidamente, abaixo:
 
Monoteísmo:
A crença que prevalece na maioria das grandes religiões ocidentais é o monoteísmo, isto é, a convicção de que existe um só deus. Há exemplos em muitas religiões de que o monoteísmo nasceu como reação à adoração de vários deuses. O islã tem suas raízes numa renovação ou reforma da antiga religião dos nômades árabes, a qual possuía numerosos deuses tribais.
 
Monolatria:
A monolatria é uma crença situada a meio caminho entre o politeísmo e monoteísmo. Implica a adoração de um único deus, sem negar a existência de outros. Um deus escolhido entre vários - por exemplo, na religião germânica se podia escolher entre Thor ou Odin, aquele em que se tivesse total confiança. Aqui a teoria fica em segundo lugar. O importante não é saber se determinado deus existe ou não, mas se ele é cultuado. Existem hoje exemplos de monolatria no hinduísmo.
 
Politeísmo:
Em religiões que possuem diversos deuses, é comum estes terem funções distintas, bem como esferas definidas de responsabilidade. A criação de animais e pesca, o comércio e os diferentes ofícios, o amor e a guerra, podem ter seus próprios deuses. O mundo dos deuses com frequência é organizado da mesma maneira que o dos homens, numa família ou num Estado.
Alguns pesquisadores acreditam que as divindades indo-européias (gregas, indianas, romanas e germânicas) se estruturaram em três classes baseadas na sociedade da época:
- o monarca (que muitas vezes também eram sacerdotes);
- a aristocracia (os guerreiros);
- os artesãos, agricultores e comerciantes.
Era comum as pessoas venerarem o deus que ocupava o mesmo lugar que elas na escala social.
Geralmente o deus supremo é o deus do céu. Isso não implica que ele habite o céu, mas que se revele no firmamento e nos fenômenos associados à abóbada celestre.
Em muitas religiões o deus do céu faz par com uma divindade feminia. A imagem do casal Céu e Mãe Terra é de fácil compreensão para uma sociedade agrária. A terra é fértil e dá o alimento ao homem, mas só depois de receber o sol e chuva do céu.
Além dos "deuses-reis", familiares para nós porque se encontram na mitologia clássica e na germânica, há uma grande quantidade de deuses menores e espíritos em volta de nós que são patronos de determinadas doenças ou de certas profissões.
 
Panteísmo:
O panteísmo é uma crença que difere tanto do monoteísmo como do politeísmo. Aqui a principal convicção é que Deus, ou a força divina, está presente no mundo e permeia tudo o que ele existe. O divino também pode ser experimentado como algo impessoal, como a alma do mundo, ou o sistema do mundo. O panteísmo costuma ser associado ao misticismo, no qual o objetivo do mortal é alcançar a união com o divino.
 
Animismo e crenças nos espíritos:
Em muitas culturas prevalece a crença de que a natureza é povoada de espíritos. Isso se chama animismo, da palavra latina animus, que significa "alma", "espírito". Em certa época os historiadores da religião pensavam que o animismo havia sido a base  de toda a religião e que mais tarde ele se transformou, via politeísmo, em monoteísmo. Mas essa é apenas uma teoria. O que é certo é que o animismo impera em várias sociedades.
Em nossa própria cultura a noção de espírito está presente em muitas criaturas relacionadas com forças naturais: espíritos das águas, duendes, sereias e até mesmo fantasmas.
Os espíritos dos mortos também continuam a desempenhar um importante papel na África, na América Latina, na China e no Japão.
Normalmente as características dos deuses são individualizantes e definidas com mais clareza que as dos espíritos. E as divindades em geral têm nome. Mas em inúmeros casos é difícil distinguir de imediato entre deuses, antepassados e espíritos. Todos são expressões da força sobrenatural que banha a existência. A idéia de uma força ou im poder que regula todos os relacionamentos na vida humana e na natureza predomina sobretudo nas religiões primais. Os historiadores da religião costumam usar o vocábulo mana para descrever essa força, que precisa ser controlada ou aplacada.
 
Aqui então me despeço; agradeço a atenção recebida nesta minha publicação e até o próximo encontro!
Publicado pelo "Animador"

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