Hoje, gostaria de falar um pouco sobre o que é ser politeísta; vivo dizendo aqui que sou politeísta e sigo minha religião com fidelidade e fé, entretanto, muitos pensam que por isso, a minha vida é uma aventura ou então algo muito diferente da vida das outras pessoas.
Sendo assim, gostaria de falar um pouco sobre o que é ser politeísta e explicar o máximo possível aos curiosos! (curiosidade é a melhor coisa que podemos ter)
Primeiramente, existem várias formas da pessoa ser politeísta, ou melhor, várias formas de politeísmo. Uma delas pode ser o grego, celta, hindu e vários outros (que vivo citando no blog); mas, isso faz com que a pessoa se destaque na multidão? Seja diferente das demais?
Resposta curta e direta: Não.
Todos os politeístas são pessoas comuns, com atividades cotidianas comuns e uma vida comum. Necessitamos nos alimentar, respirar, tomar banho, trabalhar, afinal, precisamos de dinheiro para sobreviver (infelizmente); também ficamos doentes e estamos sujeitos a problemas iguais a todos. Muitos já me perguntaram o que eu fazia de tão diferente, é uma pergunta estranha; mas nada se compara com "Você come comida normal?"; até hoje me pergunto o que se encaixaria em "comida normal".
Mas sim, como "comida normal"; adoro arroz, carne (de porco, boi, peixe, ave), verduras e coisas do gênero, sem contar a tão amada lasanha!!!
Outra pergunta muito frequente é "O que você faz de especial quando não está na escola/serviço?", uma pergunta óbvia (talvez), mas temos de descansar, temos de pagar contas, resolver problemas pessoais e coisas do gênero.
A diferença é que ao invés dos demais, cultuamos mais que uma única divindade, enquanto a fé deles está direcionada a um deus, temos vários, cada um com seu jeito de ser e seus diferenciais. Muitos consideram loucura ou fanatismo possuir mais de um "ser" de fé, mas pensem, e os santos que também são cultuados? Não se enquadraria em politeísmo, mas a fé também é praticada para eles!
Outro diferencial é que, não vamos a igrejas ou locais como estes. Na verdade, até entramos, podemos ir a casamentos ou coisas do gênero, mas é difícil alguém ir visitar aquela pessoa a qual não temos amizade, não é? Sendo assim, não vamos porque não é onde nosso coração se encontra, não porque somos satânicos ou "hereges malditos".
Aqui no Brasil é bem complicado o fato de encontrarmos um templo para culto de determinada vertente. Por exemplo, se eu morasse na Grécia, teria os novos templos que estão sendo construídos pelo governo com ajuda de fundos arrecadados e pelos politeístas terem exigido seus direitos; aqui não temos isso, os "templos" que encontramos são muito ligados a Wicca, apesar de forte e bem conhecida atualmente, não satisfaz a todos os públicos.
Então, em um resumo, nossa fé é exercida na natureza, em campos, matas; e se não é de fácil acesso para irmos sempre que necessitamos; um grande quintal de casa já ajuda para preces ou algum "agrado" aos deuses.
Infelizmente, como os atos mal-intencionados se sobressaem acima dos bem-feitos, muitos que não possuem preparos ou conhecimento (ou ambos) se arriscam em tentar cultos em casa e acabam gerando um grande problema. Podemos ver até na TV, pessoas sendo presas por prática de "bruxaria", mas, o que é isso?
Se a pessoa é uma bruxa, bruxo, mago, sacerdote ou outro título existente, não significa que sacrifiquem animais ou recém-nascidos, não significa que são canibais, que assam crianças em caldeirões e muito menos que façam apenas o mal para as pessoas.
As pessoas podem desejar sim fazer o mal, mas devem estar cientes que no fim, serão julgadas pelos seus atos, assim como todos. O que a bruxaria visa é a prática natural da magia, vidência e outras coisas; sempre em respeito a Natureza. Poções não significam que algo ruim está por vir, podem ser desde uma limpeza espiritual, afastar maus agouros, ou até mesmo para ajudar na saúde.
Somos todos iguais, por dentro e por fora, em essência e aparência; o que realmente nos diferencia é nossa fé.
Prezamos a Natureza e a respeitamos, cuidamos dela e dos animais que nela vivem, desfrutamos (com consciência) o que ela nos presenteia, desde a água até os frutos mais doces e os alimentos; não podemos ser chamados de loucos por conversarmos com animais ou plantas, mesmo que na mais diferente língua falada, a compreensão existe.
Porque ser tão pessimista quando sempre há um lado positivo no que fazemos e no que estamos passando? Basta analisar bem, criar forças, levantar a cabeça e caminhar com força e com o desejo de alcançar algum objetivo.
Uma das coisas que devo admitir, todos os politeístas que conheço, seja pessoalmente ou por pesquisas e amizades virtuais são excelentes artistas. Uma das conclusões que quase estou concretizando é que os dons adquiridos no nascimento são bem maiores em questão de arte, posso estar sendo exclusivista, mas vejo eu, por exemplo, meus poemas são elogiados por todos, meus retratos são aplaudidos por quem os vê e um ator de mão cheia, mas o diferencial é que jamais fiz curso algum, sem contar a facilidade em línguas (e curiosidade também), inglês fluente, espanhol de certo grau, sei ler grego (traduzir ainda não pela falta de dicionário), iniciei curso de alemão, tento o gaélico e agora vou para o latim.
Minha mãe, excelente artesã, as peças que ela borda, tricota e monta em pedrarias (desde chaveiros até artigos mais complexos), desde pequena demonstrou esse dom com as mãos, também nunca fez curso.
E muitos outros, que nascem com um dom tão especial; alguns tocam mais de um instrumento sem nenhuma dificuldade, muito menos curso; outros desenham perfeitamente e outros, bom, as palavras criam vida; etc.
É claro que quem não é politeísta também possuem dons para artes em geral, mas posso perceber que neles, a frequência é maior.
Uma coisa que sempre digo é, não somos "pagãos". Com o tempo, discussões e pesquisas, descobri que ser chamado de "pagão" pode ser uma ofensa terrível; dependendo de quem o diz. Eu não ligo muito para o que dizem; se for construtivo, perfeito, se não for, porque tenho que me preocupar com isso? Porém, para muitos, ser chamado de pagão é uma ofensa tão grave, que travariam uma batalha para que quem pronunciasse se redima. Mas, por que isso?
A Igreja na época da Inquisição literalmente rotulou as pessoas, as demarcou como hereges, e os politeístas e pessoas de outras religiões como "pagãos", e isso era nada menos que uma forma de rotular como um inimigo pessoal da Igreja e demonstrar que ele poderia "infectar" a sociedade com o questionamento dos dogmas impostos pela Igreja.
A Igreja na época da Inquisição literalmente rotulou as pessoas, as demarcou como hereges, e os politeístas e pessoas de outras religiões como "pagãos", e isso era nada menos que uma forma de rotular como um inimigo pessoal da Igreja e demonstrar que ele poderia "infectar" a sociedade com o questionamento dos dogmas impostos pela Igreja.
Bom, espero ter conseguido me expressar e explicar que, a religião não faz a pessoa, muito menos que por sermos politeístas, não sangramos ou não temos problemas; mas sim que somos iguais a todos!
Enormes abraços!
Escrito por Felipe M.
13 de novembro de 2010 às 18:59
adorei o post felipe! estou a um tempao tentando escrever um post sobre religiao mas nao acho as palavras certas
achei q vc espressou muito bem essa questao do politeismo
muitas pessoas tem a ideia errada sobre isso
vc colocou de um jeito bem esclarecedor
13 de novembro de 2010 às 23:25
Felipe, adorei a matéria, realmente muitas pessoas não têm idéia sobre Politeísmo, assim como não sabem o que significa ser Agnóstico, eu sou Agnóstica, fui batizada na Religião Católica, mas com o passar do tempo fui mudando minha forma de ver o mundo.
Abraços e Obrigada pelo Selo.
18 de novembro de 2010 às 18:54
Acredito em um SER SUPREMO, não importa qual seja o nome dado a ELE. Tenho a minha fé e cultuo deuses criado por um único Deus, que é o ínicio de tudo.
21 de dezembro de 2010 às 22:50
Diga me uma coisa os Politeistas festejam o Natal?
7 de março de 2011 às 22:26
Por favor , pode deixar uma postagem a dizer como nos convertemos ao Politeismo ?