Olá pessoal, tudo bem com vocês?
Andei sumido por causa dos estudos (e ainda tenho muito que estudar), porém, resolvi tirar um tempo pro Baú; estava com saudades de vocês, meus leitores!
Para retomar com força total, vou falar sobre a Igreja Católica; já que uma enquete perguntou as religiões que atraem interesse, e o catolicismo está entre os primeiros e disse que falaria um pouco sobre cada uma, aqui estou!
Antes de iniciarmos, gostaria de deixar BEM CLARO aos leitores; não escrevo para depreciação de nenhuma religião ou indivíduo, não sou a favor de disputas religiosas, respeito as religiões e exijo o mesmo e não o que se segue abaixo não é uma tentativa de depreciar ou apedrejar a igreja Católica.
Enfim, como é uma religião bem disseminada na atualidade, vou colocar algo que tenha mais a ver com com o blog; resumindo, contar de onde surgiram determinadas datas, crenças e de onde se basearam.
Disseminação do catolicismo:
Como sabemos, o catolicismo não é tão antigo como muitas outras religiões as quais cito no Baú; mas quando algo novo surge, o que pode impedí-lo de ser disseminado por entre as pessoas?
A resposta é simples, algo que já domina estas mesmas pessoas. Como ato inicial, os católicos se puseram a pesquisar qualquer brecha que poderiam se adentrar nas religiões já existentes e começar o seu domínio religioso. Abaixo seguem como adquiriram fiéis e como se aproximaram dos demais.
Catolicismo X Gregos:
Sem dúvida, e comprovada pelos historiadores, o catolicismo na região de domínio grego foi um dos menos violentos da história católica. Existiram sim guerras e batalhas contra os católicos, mas foi considerada (pelos gregos) como uma guerra entre divindades; por quê?
Na cidade de Delfos, cidade cujo patrono era Apollo, além dos templos erguidos para o deus e seu oráculo, havia um templo muito específico criado próximo das fronteiras da cidade; este templo quase nunca é lembrado atualmente, mas contribui muito para a história do politeísmo grego e início do catolicismo. Este templo não possuia nome, muito menos uma divindade específica.
Certa vez, o oráculo de Delfos (o oráculo mais preciso e misterioso já existente) profetizou:
"Uma nova divindade surgiu, mas vive encoberto por uma densa nuvem e prefere se encontrar nas sombras para que não seja conhecido, ainda. Ele exigirá cuidados como os demais deuses se não cuidarmos dele, sofreremos com a morte. Ergua-se um templo cujo nome será incerto e a divindade será esta mesma que não se identifica; desta forma, não sofreremos a morte sem luta."
Curiosamente, dados levam a crer que tais palavras forma profetizadas alguns anos antes do nascimento de Cristo; e por respeito e crença nestas palavras, um templo foi erguido na cidade e sacerdotes especiais cuidavam do templo e das oferendas, sempre cultuando este deus secreto; porém, não era reverenciado como os demais nem mesmo possuía orações destinadas para ele.
Os católicos se utilizaram desta crença e dizeram trazer tal revelação ao segredo do oráculo; eles se demonstraram seguidores deste deus e reinvidicaram o templo, que lhes foi entregue. Com o tempo, começaram a adquirir mudanças no culto e a retirar os sacerdotes politeístas do controle e atribuíram novas formas de culto; com o aumento dos fiéis (o que demoraram anos), saíram às ruas em tentativa de trazer os demais gregos e assassinar os deuses. Como defesa, os gregos lutaram contra a opressão que começaram a sentir; mas, não seguiram o mesmo que fizeram contra os persas. Os gregos não se uniram como um único povo e aos poucos foram sucumbindo aos católicos.
Católicos X Nórdicos:
A religião nórdica foi onde a igreja reuniu grande força e também algumas de suas idéias de culto. Quando chegaram até os nórdicos, foram-lhes feitas promessas de um paraíso onde nenhum espírito sofreria, bastando se redimir ao pecado de suas vidas. Para os nórdicos, a vida pós morte teria dois caminhos a se seguir; para os guerreiros, seriam enviados à um lugar onde esperariam o fim do mundo (Ragnarok) e lutariam pelos deuses (este local se chama Valhalla), para aqueles que não morriam em batalha, eram enviados para um local sombrio e de trevas, sem redenção. A oferta católica era tentadora; mas com o passar do tempo, surgiram falhas gravíssimas neste sistema de impor a religião.
Os seguidores eram cidadãos comuns, artesãos, fazendeiros, etc; enquanto os politeístas, restaram apenas os guerreiros e sacerdotes (sendo que teriam um local especial pós morte). Com a opressão cristã, se puseram a guerrear, já que todos os deuses nórdicos possuem carácter guerreiro, nenhum passivo, os fiéis se empunharam de espadas e se defendiam como podiam, durante anos durou a guerra religiosa, mas o número de seguidores politeístas já era menor que o de católicos e vieram a perder a guerra pagando com a vida.
Católicos X Celtas:
Após o iminente fracasso da guerra anterior, os católicos resolveram impor a religião pela guerra; já contando com seus numerosos seguidores.
O catolicismo, durante os anos da guerra celta, quase vieram a perder todo o domínio. De início, os católicos já contavam vitória pelos celtas se dividirem em mais de 150 tribos, algumas pequenas e outras grandes, e viverem em constante guerra entre eles mesmos; se eles já lutam e se enfraquecem contra os mesmos, como pequenas tribos resistirão ao exército de Deus?
De fato iniciaram massacras contra pequenas tribos e vieram a perder homens, mas seguiam vitoriosos. Os bardos, se mostraram como meros civis e prometiam contar as vitórias do "Bom Senhor" pela história e pelos fiéis, adquiriram então crédito e confiança e passaram a relatar as batalhas e em suas viagens, contavam as demais tribos o que estava acontecendo.
Em um ato de defesa, os reis das tribos se juntaram em uma reunião pacífica e concordaram em uma união celta (Etrezomp ni Kelted), onde uma tribo lutaria por si mesma e pelas demais.
O número de pagãos celtas crescia numerosamente e poucos renunciavam para o catolicismo. Como eram criados em guerra desde pequenos, eram exímios soldados e criaram defesas que para a época, eram táticas perfeitas.
Em alguns momentos de maior opressão e desespero, uniram seus soldados e algumas tropas foram enviadas para atacar o centro do catolicismo; invadindo assim a própria Roma (o que hoje aprendemos como os ataques bárbaros) e até mesmo a Grécia.
Infelizmente foram derrotados pelo cansaço e o grande número católico.
Pós-Conquista:
Os anos se passaram e o catolicismo já estava em sua força plena, influenciava as idéias e principalmente regia as rédeas da população e os domavam como cavalos.
A situação católica aparentava estar sob controle, mas houveram situações que precisaram se moldar para não sofrerem represálias de seus fiéis e através do medo controlavam os hereges e pagãos, citando aqui a "Santa" Inquisição; onde o Martelo das Bruxas fora escrito para identificar bruxas e como condená-las.
Levou o mundo ao caos e a mortes por uma pessoa simplesmente usar ervas para ajuda medicinal (não é invenção, centenas de mulheres foram torturadas e mortas por usarem ervas como medicamento).
Uma outra forma, não tão eficaz, foi combater as tradição pagãs com equivalências católicas.
Natal: 25 de Dezembro. No hemisfério Norte, é a data de início do Inverno. Para os politeístas, é uma dada que merece celebrações por reiniciar o ciclo da Natureza; conhecido pelos celtas como Yule, era muito popular e uma das principais festividades anuais.
Rege as lendas e crenças de que no dia de Yule, ocorre a morte de Dagda, o bondoso deus, e na noite do mesmo dia, ele vem a renascer para reiniciar seu ciclo de vida. Há também a imagem do Green Man, onde esta data é uma de suas metamorfoses e ele se torna deus das plantações, protegendo-as contra o frio, e da generosidade (apenas no dia 25) para substituir Dagda em sua ausência; o Green Man, como era coberto de folhas, utilizava-se de vestes também verdes e rodava as tribos celtas presenteando as pessoas com alimentos e fortalecendo plantações. Era também de costume os vizinhos praticarem o livre escambo e doações de alimentos e vestes, pessoas como artesãos, ferreiros e fazendeiros sempre possuíam algo para doar e entregava o que não lhe faltaria (batatas, por exemplo), e por gratidão, lhes eram dados um presente (como uma foice) e acabam por trocar utensílios.
O catolicismo viu que precisaria apagar esta dada pagã e repor por algo católico; a noite do dia 25 é considerada como o nascimento de Jesus; surgiu também o Papai Noel (São Nicolau), um homem vestido de verde (gerações depois que se mudou para o vermelho) que presenteva os pobres e desfavorecidos e a troca de presentes também foi atribuída.
Dia de finados:
31 de Outubro, dada a qual se comemora Samhain; a mudança de ano celta e nórdica. A data se voltava pela união dos vivos, mortos e seres mágicos. Apesar do tema de horror que possui atualmente, era a data de celebração mais popular; era um dia repleto de alegria e festejos. Doces eram preparados e músicas tocadas para os parentes que voltavam ao plano dos vivos para um reencontro familiar.
As tribos indígenas da região do atual México também comemoravam a data e até hoje é comemorado o Dia dos Mortos, uma data de alegria e muitos festejos entre a população.
Perante o catolicismo, era impossível que celebrassem vida pós morte pois é algo inexistente (mas Jesus ressucitou) e esta alegria pagã devia ser destruída. A forma que conseguiram foi criar um dia de tristeza e comoção, o Dia de Finados; é um dia que remete tristeza e dores aos familiares pela perda dos parentes. Alguns historiadores dizem que 2 Novembro foi escolhido pelo fato de Samhain ser tão forte e popular, que não conseguiu ser substituído por outra data de uma religião que desejava o apagar.
Celibato:
Dizem ter surgido inicialmente na Grécia e ter se disseminado pelo mundo. Este tópico entra em expeculações, não sendo exato. O catolicismo se utilizou de argumentos contra os gregos de "como podem orar a um deus que tem relações sexuais?".
Com o tempo, muitos começaram a questionar isso e até vieram a aceitar e apesar de Deus não se relacionar sexualmente, seus sacerdotes tinham relações; como era de costume aos gregos, se um sacerdote representava um deus (ou deusa) com votos de castidade, deveriam ser celibatários e nem mesmo se casarem. Começaram então a questionar o motivo de se relacionarem e servirem um deus puro. Sem outra opção, adquiriram o celibato e se apegaram ao fato de "seres puros de corpo".
O Paraíso:
Esta foi criada especialmente durante o período contra nórdicos. Nesta mesma época houve a distinção de Céu e Inferno. Os nórdicos acreditavam que meros cidadãos, civis, ao morrer eram enviado para o interior da Terra e chegariam a um mundo de trevas e escuridão, sem nenhum perdão.
Como forma de adquirir fiéis, prometeram um lugar livre de dor, um lugar de perdão e redenção; o céu. Já que o Inferno era embaixo do solo, o Céu era acima, próximo de Deus e seus anjos.
Vida pós morte e reencarnação:
O catolicismo não é totalmente crente quanto vida pós morte, mas faz com que seus seguidores sejam discrentes.
É ensinado que após a morte, ou se é jogado ao Inferno para sofrimento eterno ou para o Céu, próximo de Deus; como se a vida simplesmente apagasse a luz.
O interessante é, Jesus ressucitou e retornou dos mortos e é considerado o único que possa o fazer, afinal é filho de Deus.
Origem do Diabo:
Este é um tópico muito interessante do assunto, já que existe uma grande mistura de crenças. O Diabo já foi considerado muitas divindades e por fim, acabou por ser qualquer deus pagão. Seu principal "representante" foi Apollo, deus da beleza e o mais belo dos deuses; chegava a se relacionar com homens e mulheres, até mesmo a praticar estupro quando enlouquecido, demonstrou o pecado da carne e a tentação.
Adiante, passou a ser considerado Pã, por gerar certo pânico na população; sua aparência não podia ser de alguém que merece confiança.
Hefesto, deus do fogo e das armas; criava o material o qual o homem cometia atrocidades, após isso, a falta de boa aparência começou a ser julgada mais friamente, como se uma pessoa desprovida de beleza física fosse enviada pelo próprio Diabo para envolver a vida em caos.
Hades, era o deus do submundo e das almas; como comandava o mundo dos mortos, foi relacionado por causar as doenças e mortes e ser o dono do Inferno.
Loki, para os nórdicos era o deus dos viajantes e principalmente da trapaça e guardião dos ladrões; com ele, o Diabo se tornou o mentiroso e trapaceador.
O mais interessante de fato é um dos deuses italianos, seu nome muito influenciou na criação do anjo belo. Dianus Lucifero, senhor do submundo e protetor da bruxaria italiana. Irmão de Regina (deusa e bruxa), e através do incesto gerou uma filha.
Juntando cada parte de todos que foram classificados como o próprio Diabo, temos a imagem que possuímos hoje, sendo que Pã se tornou um mero ícone de aparência física (humano com cabra).
Nascimento do nome Lúcifer:
Os hebraicos e judeus acreditavam que Lúcifer era chamado de Vênus (nenhuma semelhança com a deusa); acreditavam também que era um rei babilônico.
O catolicismo adotou a mesma idéia do rei babilônico, mas antes disto, ele era um anjo e ao ser expulso para a Terra, se tornou rei da região.
Eles deram muita atenção para Apollo e Dianus e também ao Vênus. Vênus, significava para a língua da época algo como "Filho da Manhã" (protetor do conhecimento); Dianus Lucifero significava "O Portador da Luz" (do conhecimento) e por fim, Apollo, cuja representação era o próprio Sol e rei das ciências e artes do conhecimento (as Musas).
Assim, Lúcifer se tornou a estrela matutina e portador do conhecimento. O nome Lúcifer é originário do grego heosphoros, que ao traduzido para o latim se identifica como lucem ferre, que no português é traduzido literalmente como "Portado da Luz" (semelhança com os deuses acima?) e com o passar do tempo, a Estrla D'Alva passou a ser conhecida como Lúcifer.
Existem também especulações de que existe relação quanto ao imperador Nero, que caçou judeus e seguidores da doutrina de Cristo e os massacrou e enterrou como indigentes; seu nome de nascimento era Lúcio Domício Enobarbo, e pelo seu ato e ódio contra católicos e semelhança de nome (Lúcio) chegou a ser considerado o próprio Diabo em Terra.
O Jardim do Éden:
O jardim possui uma grande semelhança com os Campos Elísios gregos, entretanto, está fortemente ligado ao Ragnarok nórdico. Conta as escrituras e previsões divinas de que quando o Ragnarok ocorresse, os deuses entrariam em guerra contra monstros e morreriam todos e a Terra e humanidade sofreria as consequências; as únicas coisas que restariam seria a vida animal e vegetal, quanto ao ser humano, um único homem e uma única mulher sobreviveriam e ajudariam a árvore Yggdrasil a reconstruir a vida (ela é a personificação da vida em geral).
Se perceberem semelhanças entre Adão e Eva, me contem!
Surgimento de Adão e Eva:
"Do barro viestes, ao barro retornarás". Para gregos, celtas e nórdicos, o homem fora moldado do barro e criado na semelhança do deuses, se tornando um humano desprovido dos poderes. A mulher, por sua vez, fora criada para acompanhar o homem e foi feito de uma parte do homem (o que citam como o próprio barro).
Para os católicos, Deus moldou o homem do barro e a mulher surgiu de uma de suas costelas.
Tentação de Eva e a Maçã:
A maçã era um fruto muito sagrado em qualquer religião, não sabe-se ao certo, mas era muito divinizado. Os gregos possuíam as Hespérides, cujos frutos eram maçãs de ouro e eram protegidas pelas filhas de Atlas. Os celtas possuíam Avalon, a Ilha das Maçãs, onde as maçãs eram de ouro e lhe davam o conhecimento para quem a comesse.
Eva foi muito ligada a Pandora, foi a perdição de Adão e a maçã lhe deu o conhecimento e tentou Adão a desafiar Deus.
A maçã, além de divinizada, era o símbolo da deusa grega Éris, deusa da discórdia; ela criava a discórdia por onde ia com suas maçãs de ouro.
Espero que tenham gostado da postagem e que tenha aberto seus olhos para detalhes, pois mesmo que pequenos, são importantes.
Relembrando que respeito e não estou aqui para julgar nenhuma religião e pessoa!
Abraços enormes!
Escrito por Felipe M.