Politeísmo Grego -Enquete "Religiões que lhe atraem"

Olá pessoal, tudo bem com vocês?
Hoje quero falar um pouco sobre o Politeísmo Grego, o qual foi escolhido em primeiro lugar na enquete realizada há algum tempo atrás.
 No politeísmo grego, temos 3 momentos que marcam esta religião; alguns marcam como 4 momentos ao todo, mas, quais são eles?
Período Pré-Minóico:
No início, bem nos primórdios do povo grego (anterior a junção dos mesmos e criação de sociedades), as pessoas viviam em centros familiares, como pequenas fazendas, onde algumas famílias dividiam um mesmo terreno, e com o tempo, começaram a surgir pequenos centros populacionais e a se expandir; as primeiras cidades foram fundadas pelo que hoje conhecemos por heróis (Herácles, Teseu, etc) e estes pequenos centros cultuavam estes heróis como pessoas divinizadas pelos seus atos; afinal, eram fundadores de cidades e eram portadores de atos que nenhuma pessoa comum poderia realizar, tal como enfrentar criaturas e bestas mitológicas.
Período Minóico:
Com o tempo, a hierarquia se moldou e adquiriu a forma que conhecemos, acima de todos estavam os monarcas, grandes proprietários de terra e ricos, vivendo em seus palácios repletos de luxo e riquezas. Não se sabe exatamente ao certo, mas nestes palácios, principalmente na ilha de Creta (cujo o governante era Minos, daí se origina o nome do período), surgiram divindades e o início de crença de árvores sagradas, terras místicas, etc.
Como as mulheres eram consideradas sagradas ao ponto de vista social; principalmente pela gestação e por gerar vida dentro de si, assim como a própria menstruação, tudo isso era visado como o lado fértil e daí se originou a base de que a Terra era uma mulher (Gaia), por sua fertilidade e vida gerada. Com o tempo, logo surgiram divindades, tais como Athena e Hera, e posteriormente Zeus; entretanto, o culto à Hera e Athenas eram muito praticados pela fertilidade que geravam (tanto nas mulheres como nas plantações e solo). A diferença principal era que por terem sido originados no palácio, a crença dizia que os deuses eram palacianos e serviam somente aos palacianos, sendo que não atenderiam plebeus em suas preces.
Período Micênico:
A cidade de Thira, onde um dos governantes era Micenas; sofreu com a invasão dos povos indo-germânicos vindos do Norte, apesar de terem vencido a invasão e derrotado o inimigo, acabaram por se deparar com alguns choques ideológicos; o principal (e de maior constraste) foi a super-valorização do homem, o homem estava acima das mulheres, elas deviam ser submissas ao marido, ou acatar às ordens do pai quando solteiras. Durante a guerra, a crença dos deuses palacianos foi introduzida na sociedade através dos que fugiam de seus palácios, mas ainda assim, não era uma crença generalizada; com esta ideologia indo-germânica, Zeus assumiu o seu trono de poder e seus irmãos e descendentes o antecederam, e as mulheres, aos pés dos mesmos.
Período Homérico e Pós-Homérico:
Iniciado a partir da obra "A Íliada"; Homero retirou um pouco de cada crença das 3 anteriores e as fundiu em um único conjunto, de forma que não houvesse perca de nenhuma delas.
Homero adotou principalmente o sistema de deuses e os juntou principalmente em 12 divindades principais (os Olimpianos), tais divindades haviam sido criadas no período Minóico, a única diferença foi que Homero explicou o nascimento de cada deus, tendo assim um surgimento racional, não uma aparição vinda do nada.
Utilizu também a ideologia Micênica, onde o homem era superior, mas em contraste com sua época, as mulheres haviam se tornado algo mais de simples subordinadas; desta forma, as deusas estavam subordinadas aos maridos, mas quando solteiras, eram livres e detinham poderes inimagináveis.
É claro que não se perdeu a crença Heróica, os heróis foram relembrados e imortalizados em sagas de suas aventuras épicas e tratados como filhos dos deuses; detentores de poderes, mas abaixo dos deuses.
Com o tempo, esta nova crença difundida por Homero passou a ser adotada e o sistema de 12 deuses primordiais foi adotado pela população e já não haviam mais deuses que não atendessem aos plebeus ou somente aos palacianos, os deuses "eram" de todos.

Reflexos desta nova crença:
Esta crença introduzida por Homero tomou forças espantosas e logo se apoderou da sociedade grega e as cidades passaram a se desenvolver, tornar-se grandes centros metropolitanos e alguns homenageavam aos deuses através do nome da cidade e o deus seria o patrono da população (Atenas por exemplo).
Cada cidade passou a ter um deus patrono, alguns com mais fé do que outros, mas sempre seguiam a crença Homérica, apesar de elevarem algum deus acima dos outros.
Dois bons exemplos que podemos citar é a cidade de Delfos e de Atenas, a primeira possuía Apollo como patrono e a segunda possuía Athena; ambos eram deuses muito aceitos e cultuados na época. Em contraste, temos Esparta, onde o patrono era Ares e ele era tratado acima de Zeus, e na sociedade grega, Ares sempre foi o desgosto dos deuses e da população.

Formas de culto:
As formas de culto eram as mais variadas possíveis; cada deus poderia ser cultuada de várias formas, dezenas, talvez centenas; era algo muito amplo e complexo.
Templos foram erguidos para os deuses, mas ao contrário do que muitos pensam hoje e do comum de nossa sociedade, os templos nunca foram o centro principal de culto.
Hoje, quando ouvimos ou lemos sobre um templo grego, errôneamente os associamos 100% idêntico a uma igreja; entretanto, o templo possuía outra utilidade.
Os templos possuíam sacerdotes treinados nas artes da magia e do culto divino do deus ao qual o templo era destinado; entre estes sacerdotes, havia o sacerdote principal, que comandava todo o resto e o próprio templo. Por sua vez, o templo era utilizado principalmente para coordenar as datas festivas da região; os sacerodotes abrigavam as pessoas que iam ao templo nestas épocas, mantinham a limpeza, as oferendas obrigatórias que deviam sempre ser repostas assim como seguir a "agenda" para que tudo fosse feito em seu tempo certo e não se tornasse uma confusão.
Fora das épocas festivas, os templos eram utilizados somente para o agrado do deus, sempre com oferendas e banquetes; mas para a população, era um local para pagamento de promessas, se a sua promessa foi realizada, o pagamento devia ser feito em forma de oferenda e entregue no templo, e é claro, algumas vezes, fieis podiam pergrinar até o templo em momentos de aflição para uma prece, na crença de que seriam melhores ouvidos pelo deus.
O comum na crença grega era:
-O sistema dos titãs e dos deuses
-Os 12 deuses primordiais
-O patrono da cidade
-O patrono da residência
Cada residência possuia pelo menos dois patronos, os quais eram agradados periódicamente com oferendas; rituais eram feitos na casa e eram comandados pelo chefe familiar (seja homem ou não) e ali mesmo eram feitas as preces e oferendas.

PS: PELO FATO DE OS GREGOS FAZEREM ISSO, NÃO TENTE FAZER O MESMO, SEJA NA SUA CASA OU NÃO; ELES POSSUÍAM REGRAS RIGOROSAS PARA PODEREM PREPARAR A CASA PARA OS RITUAIS E A PRÁTICA DOS MESMOS. ALÉM DO FATO DE NÃO SER FEITO PRÓPRIAMENTE DITO DENTRO DA RESIDÊNCIA.

Resistência entre crenças:
Entre o período Pré-Minóico e Minóico, óbviamente houve resistência da nova crença imposta pelos palacianos. Os plebeus detinham crenças nos heróis, os palacianos em deuses, quem era o correto?
Uma das histórias que demosntram esta resistência (nas entre-linhas históricas) é o conto de Teseu e o Minotauro. O fato contido é que Teseu entra no palácio de Minos para matar o Minotauro e o herói realiza a tarefa. Se analisarmos minuciosamente, Teseu, um herói cultuado pelos plebeus está em uma missão que vai contra o desejo de Athena, uma deusa palaciana; este é o primeiro conflito entre as crenças gregas; socialmente falando, é uma pova de que os palacianos necessitavam da plebe de qualquer forma para a sua sobrevivência, pois quando o Minotauro põe em risco a vida palaciana, um plebeu (Teseu) é enviado para ajudá-los.

Tenham uma ótima Sexta-Feira e um bom fim de semana, pois eu já terei o meu, assistindo Thor! Aqui é assim, além de mitologia, é Marvel na veia, rs. Abraços enormes!
Escrito por Felipe M.

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