Finalmente chegou a hora tão esperada para algumas pessoas, no ano passado eu havia dito que falaria de algumas divindades celtas; porém, como as pesquisas exigem tempo e não posso estacionar minha vida pessoal, não tive tempo para falarmos deles.
Fica explícito a partir de agora que não serão postadas aqui todas as divindades, as mais importantes e vitais serão chamadas para este blog para que as conheçam. Assim como o panteão grego, existem várias divindades, não chegam as centenas, mas temos os pais, os filhos, os netos e assim por diante; desta maneira, colocarei assim como fiz com os gregos, as mais importantes (o que não me impede de mais adiante postar sobre as outras divindades).
Bom, chega de discursos e vamos ao que nos interessa!
Conto de fadas ou realidade?
Atualmente, temos uma pequena parte da crença celta em nosso cotidiano; quem nunca ouviu, leu ou assistiu a algo que tenha uma base em conto de fadas?
Quase impossível; certo? Para que consiga entender corretamente, contos de fadas não são aqueles que simplesmente possuem uma princesa e um príncipe e ambos vivem felizes para sempre; estes contos devem conter magia, seja de bruxas, fadas, duendes, gnomos, elfos, os dragões e todo um clima que envolva magia e uma rápida pitada de romance. É claro que apenas por ouvir estas histórias, você não se torna conhecedor geral dos celtas; afinal, isto é apenas um milésimo de uma cultura tão rica e complexa como a dos celtas.
Atualmente, as pessoas que seguem esta crença, muitas vezes são chamadas de loucas ou então julgadas tolas por viver em um conto de fadas "imaginário"; porém, se existe algo mais real que estas crenças celtas, somente os próprios celtas.
Celtas e suas Magias:
Em postagens mais adiante, explicarei com mais calma o que é a Magia e diferenciar as suas "fases" (Velha Religião, Magia Pagã, Wicca, etc).
Os celtas possuíam a Magia muito dispersa em sua sociedade, não era algo mascarado ou temido; raras são as lendas que não envolvem tais práticas. Desta forma, os celtas praticavam a Magia Natural, a mais pura e forte; a verdadeira Magia. Com estas práticas, os celtas possuíram uma forte conexão com o lado mágico e daí nasceu o legado dos seres elementais; tais como fadas, dragões, trolls, duendes, etc.
A teoria dos três mundos:
Os celtas tinham muito bem explícito em suas mentes a existência de três mundos; todos eles totalmente diferentes e ao mesmo tempo, totalmente semelhantes. De início, é uma teoria complexa; mas com o tempo e estudo, vê-se que não é complicado de entender e muito menos de dizer que é impossível.
Primeiro Mundo: O primeiro mundo é o mundo dos vivos, o plano físico-astral-mágico. Em resumo, o Primeiro Mundo é onde nós vivemos; o aqui e agora; o solo que pisamos, o ar que respiramos, a água que bebemos. Para os celtas, a Terra possuía a mesma figura que os gregos detinham dela; a grande Mãe.
Segundo Mundo: É o mundo dos mortos, o plano astral-mágico. Neste plano, apenas os que morriam detinham a permissão de viver nele; apenas espíritos poderiam se alimentar dos frutos e beber da água. Sabe-se que no plano dos mortos, os espíritos devem se alimentar também, em muitas religiões este conhecimento é difundido (por isso existem as oferendas). As almas penadas eram as que mais sofriam, elas não detinham o direito de se alimentar neste mundo pois possuem forte ligação com o mundo dos vivos; assim, muitos que morrem, continuam no Primeiro Mundo por pensarem continuar vivos enquanto deviam aceitar a morte e ir ao Segundo Mundo.
Terceiro Mundo: O mundo dos seres mágicos, o plano mágico. Neste plano, apenas os seres mágicos podem habitar. Local onde elfos, fadas, gnomos, dragões e outros seres vivem. É o mundo mais forte e mais importante por ser onde os 5 elementos regem (Terra, Ar, Fogo, Água e Espírito) e os elementais vivem (seres de cada um dos 4 primeiros elementos). Nenhum mortal jamais conseguiu pisar neste mundo pela forte magia que o protege. Os habitantes deste mundo seguem uma rígida hierarquia mágica e podem atravessar ao Primeiro Mundo sempre que necessitarem e ao Segundo sempre que forem convocados.
A morte para os celtas:
A morte para os celtas não era vista como algo unicamente terrível. Muitos temiam a forma que morreria, mas de certa forma, a morte era celebrada e adorada. Isto não significa que eram genocidas maníacos por morte.
Os celtas detinham o pensamento de que a Universo age de forma cíclica. Não há começo nem fim, ele se manifesta de forma única, sem jamais possuir um fim. A vida também era vista desta maneira; cada vida possuía seu próprio destino cíclico, quando uma nova criança nascia, um novo ciclo nascia junto a ela; quando esta pessoa morria, o ciclo mudava (porém não terminava) e na morte, o espírito renasceria no Segundo Mundo, onde este ciclo terminaria apenas com a reencarnação, e o ciclo da vida de uma pessoa se alternaria entre estes dois mundos.
A tristeza era gerada, pois nós nos apegamos as pessoas das quais gostamos; é comum este sentimento, porém, após o período fúnebre, a morte era celebrada pois a pessoa havia iniciado um novo ciclo de vida (o pós morte).
Celtas e Igreja Católica:
Os celtas foram os principais inimigos da Igreja, desde o início das jornadas cristãs, os celtas sempre se opuseram pela idéia de um único deus e principalmente se oporem ao fato de serem dominados e controlados.
Sempre houve guerras entre ambos, infelizmente, com as idéias propostas pela Igreja e o Papa, muitos temeram o pior e com o passar dos anos, a tradição foi se enfraquecendo e os celtas se "admirando" com o cristianismo. Pelo temor de se tornarem hereges pagãos, irem contra a força da Igreja e contra as leis dos senhores de terras (os quais muitos já haviam se convertido), decidiram seguir novo rumo nesta nova religião. Pelo medo da morte em fogueiras ou serem aprisionados e torturados, a força militar a favor da Igreja cresceu absurdamente e fez com que os celtas restantes fossem derrubados.
Mas, com a derrota, veio uma vitória; alguns dizem que durante a última aliança celta (feita para se defenderem dos cristãos), os druidas se juntaram e lançaram uma maldição na Igreja de que, mesmo com a tradição celta morta, a Igreja ainda celebraria (ou faria celebrar) as datas celtas; mesmo que de maneira diferente, elas seriam lembradas e até mesmo comemoradas.
Dois exemplos que comprovam isto, é o Dia de Todos os Santos, criado exatamente no dia 31 de Outubro, onde as pessoas comemorariam o dia e dedicariam aos Santos; nesta mesma data, era o festival de Samhain, onde os mortos e seres mágicos ficariam no Primeiro Mundo e se misturariam com os vivos; era uma época de festa.
Há também o Natal, comemorado no dia 25 de Dezembro, mesma data onde se era comemorado o festival de Yule; início do inverno e renascimento de muitas divindades ocorria na noite deste dia; outra data para a alegria celta. Conseguiu associar algo desta data? (Re) Nascimento das divindades celtas e nascimento de Jesus.
Em outras postagens, falarei melhor sobre Magia, Elementais, os Elementais, os festivais celtas (Sabbats e Esbats) e também sobre as divindades.
Abraços!
Escrito por Felipe M.
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