Quando a palavra "celta" é ouvida, rapidamente nos lembramos da Irlanda; mas, por que nos lembramos apenas da Irlanda? O que era Avalon? O rei Arthur existiu ou não? Estas e muitas outras perguntas serão respondidas conforme o tempo certo se aproximar.
Atualmente, grande parte das pessoas associam os celtas como habitantes da região da Irlanda, mas isto é correto? A resposta fica entre o sim e não; sim pelo fato de terem habitado a região da atual Irlanda, e o não pelo fato de terem habitado maior parte de toda a Europa Central; porém, a Irlanda é mais associada pelo fato de ser um dos locais onde ganharam maior força, seja contra a Igreja, assim como em fator cultural e tradicional e por ser um dos primeiros locais que o povo celta se instalou.
Os celtas chegaram na Irlanda por volta do ano 600a.C; segundo historiadores, a permanência definitiva dos celtas nesta região ocorreu por volta de 150a.C pois ainda viviam como povos nômades. A partir desta época, começaram a se expandir seu território por toda a Europa Central, de forma que se expandiram para o Oeste e Leste, tendo influência em quase toda a Europa. Relatos históricos mostram que no ano de 390 a.C, os celtas invadiram o território romano, em 290 a.C a atual Grécia, assim como a Ásia Menor; porém não saíram vitoriosos.
Os celtas possuíam muita força e conquistaram maior parte de seus territórios por possuírem conhecimento sobre o ferro, enquanto seus inimigos ainda viviam na Idade do Bronze (como os povos Irlandeses que foram dominados pelos celtas). Destes povos Irlandeses, apenas uma tribo (clã) sobreviveu e se retiraram para a atual Escócia; em muitos contos celtas, este povo é chamado de "picto", ou como "os pictos".
A história celta irlandesa surgiu com São Patrício, ele foi o escritor de diversos documentos, os mais antigos do país; antes dele, os celtas se utilizavam da escrita Ogam, onde os documentos escritos eram feitos apenas em pedras tumulares; isso ocorria pois, como Júlio César afirmou, os sacerdotes e druidas celtas não admitiam o uso da escrita; pois a tradição deveria ser passada de geração à geração, de forma que outros povos não adquirissem esta tradição.
No século V d.C, o cristianismo se instalou na Irlanda e foi imposta a escrita. Assim, os bardos celtas, começaram a escrever as histórias que criavam em suas mentes e as de suas tradições e cultura para que disseminassem para outros povos; graças a estes bardos, temos tais documentos e contos.
Durante esta época, os guerreiros e senhores celtas, proprietários de terras e poderosos chefes que possuíam fortalezas, foram gradualmente desaparecendo pois o cristianismo estava "apagando" esta história e a cultura celta.
Até então, a Irlanda era dividida em 150 tribos diferentes; todos viviam em constantes batalhas para se apoderarem do terreno de outra tribo; mas com a expansão do cristianismo, houve a criação de uma aliança celta, onde todas as 150 tribos se unificaram em torno de um único rei e unificaram a língua, alfabeto e dialetos (porem algumas batalhas territoriais continuava). A hierarquia era bem simples, abaixo estavam os camponeses, artesãos e comerciantes (porém não menos importantes), acima vinham os bardos (contadores de história, músicos e filósofos), o rei, os guerreiros (acima do próprio rei, pois era uma grande força) e por fim, os druidas estavam acima nesta hierarquia, por serem a conexão humana e divina.
Os bardos eram como os filósofos gregos, atravessavam tribos para difundir conhecimento e tradição para os celtas, eles tratavam de assuntos como bem estar da população e ajudavam o rei em lógicas de batalha ou para diminuir algum problema (doenças, pobreza, etc); por serem protegidos pelos reis celtas (cada tribo possuía um rei menor sob o comando do rei principal), eles poderiam transitar pelas tribos sem medo algum de serem atacados. Perante os cristãos e não-celtas, os bardos eram símbolos apenas de meros contadores de histórias e músicos, o que lhes servia como uma camuflagem.
Os reis se dividiam em 2 ordens, os reis menores, onde cada tribo possuía o seu; e o rei principal, escolhido pela aliança para comandar todas as tribos.
Os guerreiros, apesar de serem comandados pelo rei, eram julgados acima dele por serem heróis, possuir força bruta e poderiam derrubar uma tribo se desejassem se vingar de um rei; além do fato de um guerreiro ser muito aclamado pelos celtas.
Por fim, os druidas, conhecedores da Magia, guardiões dos conhecimentos mágicos, propriedades de plantas e ingredientes, protetores da tradição celta e atuavam como grandes pensadores também, principalmente em astronomia (não confundir com astrologia). Todo rei possuía pelo menos um druida para acompanhá-lo durante os dias. Isso ocorria pelo fato de os druidas serem escolhidos de berço e passar por diversos ensinamentos e testes, os que completassem, possuiriam um grau elevado e seriam conexões entre os três mundos.
Segundo os druidas, em interpretações oníricas (interpretações de sonhos), profecias e clarividências, o nosso mundo acabaria por meio da água e fogo (os dois elementos principais). [alguma semelhança com as chuvas que estamos presenciando em jornais e no dia-a-dia?]
Com o passar dos tempos, os druidas (tanto homens como mulheres), se tornaram inimigos perante os olhos da Igreja e não podiam mais passar seus conhecimentos e ciências abertamente; desta forma, eles não possuíam mais liberdade para ensinar; então, qual a melhor forma de continuar a repassar os ensinamentos? A resposta foi recorrida aos bardos, os quais passavam os ensinamentos druidas por meio de versos misteriosos de suas poesias e músicas.
Entretanto, os ensinamentos da cultura eram apenas de forma oral; onde os jovens aprendizes druidas deviam memorizar todos os versos sagrados, saber sobre os fenômenos naturais e sobre a própria natureza e gravar tudo em suas mentes. Os bardos escreviam apenas algumas histórias que passassem pequena parte da tradição e eram guardadas para si, para que sempre as lê-se e não as esquecesse.
Os bardos foram convocados pela aliança para se associarem a Igreja e difundir o conhecimento celta pelos livros (onde só eram feitos com aceitação da Igreja). Os bardos recorreram e após muita insistência e persuadirem os monges, começaram a ditar as histórias sagradas e a Igreja publicava os livros contendo toda a tradição dos deuses celtas por acharem apenas "meras histórias folclóricas".
Os monges e a própria Igreja consideravam estas histórias como simples contos fantasiosos, pois desde o início, os celtas transpassavam suas tradições "casadas" com a mitologia; sendo assim, todos os contos e lendas trazem o fato verídico da sociedade da época, porém a mitologia está tão difundida entre a magia celta e divindades, que é impossível separar a realidade da "ficção".
Na próxima postagem falarei sobre algumas das tribos mais importantes dos celtas!
Escrito por Felipe M.
14 de janeiro de 2011 às 11:57
ameii o tema abordado!!!
o blog é d++!!!
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